Com mercúrio em sua composição, descarte incorreto da lâmpada fluorescente traz prejuízo ao ecossistema 

O mercúrio é um dos elementos químicos mais perigosos para a saúde humana, e ainda presente em muitos outros objetos do nosso cotidiano, como as lâmpadas fluorescentes. A exposição ao metal pode acarretar uma série de problemas graves, desde danos cerebrais até complicações respiratórias.

Com a assinatura da Convenção de Minamata, em 2013, muitos países passaram a proibir a fabricação e venda de itens contendo mercúrio, mas ainda assim é comum encontrar esse material, principalmente nas lâmpadas.

Por isso é preciso descartar esse material com muito cuidado, dar o destino correto para proteger o meio ambiente e a saúde da população

O Brasil proibiu a fabricação de lâmpadas fluorescentes em 2022, mas segundo a Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação – Reciclus, o País teve 12 milhões de unidades importadas só naquele ano.

Camilla Horizonte é gerente de Operações e Marketing na Reciclus e coordenadora de logística reversa das lâmpadas que contêm mercúrio. Ela explica o processo de reciclagem do material:

“A Reciclus instala coletores em estabelecimentos comerciais e prefeituras por meio de contratos de comodato. As lâmpadas são levadas para as recicladoras, onde são desmontadas e desmercurizadas. O mercúrio é encapsulado e depositado em aterros de resíduos perigosos, enquanto o vidro e metais são direcionados para outras indústrias”.

Os coletores, espalhados por todo o Brasil, podem ser usado por qualquer pessoa. Entre 2017 e 2022, 33 milhões de lâmpadas fluorescentes foram recicladas no Brasil pela Reciclus, o equivalente a cinco milhões por ano, ainda assim, bem menos do que os 12 milhões de lâmpadas só em 2022.