No quarto dia da expedição, levamos o WR-V ao coração do Pantanal Mato-grossense, uma exuberância da natureza

Uma lenda indígena conta que o mãe-da-lua, pássaro também chamado urutau-gigante, tinha um cantar muito bonito, mas certa vez apaixonou-se pela Lua, que não correspondeu ao seu amor, uma vez que estava comprometida com o Sol. A partir de então, o mãe-da-lua propaga seu sofrimento com um canto triste e arrepiante que ecoa na noite e entristece a floresta, num grito frágil de desespero.

Ao cair da tarde, quando o sol se põe e a lua ilumina a noite no Pantanal, essa ave misteriosa abre o bico e sobrevoa a escuridão, para captar insetos. Em seguida, faz ecoar o cantar mais triste que a floresta já conheceu.

O Pantanal é uma ebulição de lendas e magia, mas também de verdades, histórias de desmatamento, destruição, desrespeito à natureza, e outras gratificantes, de um imenso respeito aos habitantes dessa floresta. exuberante, um santuário ecológico com milhares de espécies da fauna e da flora, concebidas durante milhões de anos e que a Fazenda Caiman ajuda a preservar.

“Uma luta contra o tempo – diz o biólogo Marcio Motta, colaborador do ECOinforme – pois as populações declinam a cada dia na natureza em troca de um valor incompatível com todo o caminho evolutivo que essa e todas as demais espécies já percorreram até aqui.

Ele explica que a perda de uma espécie é algo irreparável do ponto de vista biológico. A preservação das sequências de genes podem ser a chave para combater doenças ou resolver problemas ponto de vista utilitarista do DNA. Veja o artigo Quanto Vale uma Espécie.

Há poucos anos, onças eram caçadas indiscriminadamente nessas terras onde hoje se promove a cultura da preservação e onde aportamos com os três Honda WR-V e as duas scooters X-ADV nesta terça-feira (30) no quarto dia da aventura Pro Outro Lado da América. Trata-se de uma área de 53 mil hectares no coração do Pantanal do Mato Grosso do Sul, que promove a visitação de turistas, especialmente observadores de pássaros e gente que atravessa o mundo para ver de perto a onça brasileira. Não raro, o visitante consegue observar os felinos andando livres na floresta.

sexto bioma

Muitos biólogos consideram o Pantanal o sexto bioma brasileiro (somando-se à Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Cerrado e Pampas), mas ao contrário dos demais, ele é formado por uma reunião de vários tipos de vegetação. Aqui na região de Miranda e Aquidauana a vegetação se assemelha ao cerrado, mas há muitas outras variedades de vida animal e vegetal, que originalmente são de outros biomas.

Em algumas áreas do Pantanal ocorre vegetação típica da Mata Atlântica, da Floresta Amazônica e da Caatinga. Há onze espécies de pantanais, uns mais secos, como o de Miranda, com características de cerrado, outros que convivem com cheias quase o ano todo.

Embora riquíssimo em biodiversidade, a região tem poucas espécies endêmicas. Nem mesmo o tuiuiú, ave símbolo do Pantanal, é originária daqui.

Com exceção de alguns bichos, como jacaré, o cuiricará, o gato mourisco e o cervo do pantanal, a vida animal aqui é uma reunião de quase tudo o que existe no Brasil. Essa diversidade encanta brasileiros e estrangeiros, que reverenciam a maior área alagada do mundo, considerada pela Unesco como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.

A equipe da expedição parte ainda nesta quarta-feira para Corumbá, onde, amanhã, encerra a primeira parte da viagem, a Etapa Brasil. Vamos cruzar a fronteira com a Bolívia logo pela manhã e partir para Santa Cruz de La Sierra.