Geólogo diz que aprovação do projeto prejudicaria ações nas áreas costeiras que deveriam estar nas mãos da União
Enquanto o Senado Federal discute a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transfere terreno à beira-mar pertencentes à União para estados, municípios e para empresários e pessoas ricas, o Brasil discute como é possível os nossos representantes no Congresso aprovarem uma excrecência dessas.
Isso nada mais é do que vender as praias, que hoje pode ser usada por qualquer pessoa, e assim facilitar a construção de hotéis, resorts e condomínios para quem tem dinheiro.
O geólogo Marco Moraes, autor do livro Planeta Hostil, avalia que retirar essas áreas das mãos da União prejudicaria uma série de projetos de adaptação costeira que deveriam ser feitos sob coordenação do governo federal.
Pesquisador de mudanças climáticas, Marco Moraes diz que aquecimento global, efeito estufa, degelo das calotas polares, ondas de calor extremo, secas, morte dos oceanos e destruição dos ecossistemas, são algumas das ocorrências que muitos acreditam se tratar de problemas do futuro, mas que estão diretamente ligadas aos desastres ambientais, como as inundações no Rio Grande do Sul e a epidemia de dengue.
No seu livro, ele afirma que essas catástrofes são indicadores claros da degradação ambiental e descreve como a humanidade tem transformado a Terra em um lugar inóspito e revela o que vem pela frente.
O autor mostra como estamos à beira de um colapso por conta de ações do homem que geraram mudanças irreversíveis. A obra chama atenção para os efeitos visíveis do aquecimento global como as tempestades cada vez mais destruidoras, os recordes seguidos de altas temperaturas, a avanço acelerado do mar nas cidades litorâneas e a falta de água em locais onde ela sempre foi abundante.
“Tempos difíceis virão. No entanto, com boa informação, realismo e pragmatismo, podemos vencer o nosso maior inimigo, que, você já sabe, somos nós mesmos”, considera o geólogo.
Planeta Hostil é uma publicação da Matrix Editora