No ano passado o Brasil foi classificado em último lugar entre os 25 países pesquisados em relação à preparação para a adoção de carro autônomo. Neste ano, a Autonomous Vehicles Readiness Índex fez a pesquisa com 30 países e assim o Brasil passou a figurar na 30ª colocação, ou seja: aumentou o número de países, mas o Brasil continuou em último lugar.
A notícia não deveria surpreender ninguém. Um país que não resolve os mais básicos dos problemas, como poderia estar à frente em relação à tecnologia dos carros autônomos?
Segundo o Banco Mundial, o Brasil caiu do 109ª para o 124ª lugar no ranking de facilidade em se fazer negócios e consequentemente, de gerar riqueza. É o pior no ranking de competitividade segundo o Fórum Econômico Mundial.
É o último colocado nos quesitos transparência, burocracia e o primeiro em corrupção.
Era um dos últimos no Ranking do Centro Mundial de Competitividade, mas perdeu para Venezuela, Mongólia e Ucrânia e caiu para o último lugar (61º).
É o pior em ambiente para negócios conforme levantamento da CNI, entre os 18 países pesquisados.
Pela primeira vez na história, o Brasil foi incluído na lista dos dez piores países do mundo para trabalhar, conforme Índice Global de Direitos, da Conferência Internacional do Trabalho, ligada à ONU.
Em relação à distribuição de renda, o Brasil tem a segunda pior do mundo. Maior desigualdade só em Serra Leoa.
É o terceiro país com pior desempenho em índice de liberdade na interne, conforme o relatório Freedom on the Net 2019, que avaliou 65 países. Está na frente do Sudão e do Cazaquistão.
E, claro, é também o pior em resposta à pandemia (Reutes).
Se você não sabia de tudo isso, não se decpecione: segundo o instituto britânico Ipsos Mori, o brasileiro é também o povo com a pior noção da realidade. Ops, o pior não: estamos na frente da África do Sul.
Diante disso, não estar preparado para receber os carros autônomos não deve surpreender ninguém. Até porque essa tecnologia, que deve ser realidade no mundo desenvolvido em alguns anos, não vai chegar à massa dos consumidores nem nas próximas décadas.
Cingapura é o melhor preparado
O índice da KPMG avaliou os países por meio de 28 indicadores para mensurar a implementação do carro autônomo, nos campos da: política e legislação; tecnologia e inovação; infraestrutura; e aceitação do consumidor. O resultado foi o último lugar para todos, menos na aceitação do consumidor, que ficou em penúltimo (sic).
A maioria dos países aumentou sua prontidão para o carro autônomo, com 17 dos 25 países listados no índice 2019 aumentando suas pontuações em 2020.
Cingapura, Holanda e Noruega mantiveram as primeiras colocações, nesta ordem. Cingapura planeja aumentar massivamente o número de estações de carga de VEs, de 1.600 para 28.000 até 2030, enquanto a Holanda tem o maior número de estações de carga de VEs per capita. A Noruega é líder mundial na adoção de VEs e, além de extensos testes de veículos autônomos, estabeleceu três rotas de ônibus autônomos em Oslo.
Os dez países mais preparados para um futuro com meios de transporte autônomos são os seguintes:
Cingapura
Holanda
Noruega
Estados Unidos
Finlândia
Suécia
Coreia do Sul
Emirados Árabes Unidos
Reino Unido
Dinamarca