O “peixe das divindades” será criado no Amazonas, para alimentação e fins ornamentais

O aruanã é um peixe muito consumido na região de Maraã, no Amazonas, para fins ornamentais, ou seja, criação em aquários, ou para servir de alimento.

A pesca de filhotes de aruanã para criação era ilegal, mas o Ibama está prestes a liberar o manejo sustentável da espécie, isto é, fazer um consumo adequado para que a espécie não seja extinta, seja para criação em aquário ou para fins alimentícios.

Para isso, o instituto Mamirauá mapeou a quantidade de peixes da espécie nos lagos da região. A pesquisa mais recente foi no Lago do Preto, um complexo de lagos a 640 quilômetros da capital Manaus, onde foram encontrados peixes jovens, ideais para fins ornamentais (com menos de 50 centímetros de comprimento), e adultos (com mais de 50 cm), próprios para consumo.

“Foi uma contagem positiva, os resultados estão em análise, mas a taxa de erro entre a quantidade de peixes apontada pelos contadores e o total que havia de fato nos lagos foi bastante baixa”, avaliou a pesquisadora Danielle Pedrociane.

Depois de dez anos de pesquisa, a Secretaria do município de Maraã, junto com o Ibama, liberou a pesca dos aruanãs filhotes para criação em aquário.

“A resolução libera a pesca em áreas de manejo, com apresentação de plano de uso sustentável, relatório técnico e histórico de no mínimo três anos de contagens já realizadas”, contou a pesquisadora.

Uma lenda indígena conta que o aruanã é o peixe das divindades. Vivia na beira do rio Araguaia e observava a vida humana, desejando um dia se tornar homem. Tupã, deus indígena, atendeu ao pedido do peixe e o fez homem, que se tornou guerreiro e pai de muitas tribos fortes.